O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, defendeu que o mercado de seguros assuma seu papel essencial diante dos novos desafios climáticos e catastróficos. A declaração foi feita durante palestra na Casa do Seguro, em Belém (PA), que marcou o início da programação estratégica do setor na COP30.
Segundo Oliveira, o segmento tem experiência e capacidade técnica para desenvolver soluções que tornem qualquer risco segurável — inclusive os mais complexos. “O setor de seguros consegue criar mecanismos de proteção para riscos catastróficos dos mais diversos, para usinas nucleares, satélites e até lançamentos de foguetes. Essa habilidade de construir soluções compartilhadas é uma das grandes especialidades que nos diferenciam”, afirmou.
Ele alertou, porém, para o risco de o mercado cair na “tentação de escolher riscos”, especialmente em relação às mudanças climáticas. “O risco climático está presente em tudo — nos automóveis, nas residências, na infraestrutura, na vida e na saúde. Não podemos admitir a hipótese de que existam riscos inaceitáveis. É preciso enfrentar o tema e lidar com a complexidade de modelar esse tipo de risco”, reforçou.
Dyogo Oliveira também destacou que o setor precisa recuperar protagonismo nas discussões sobre sustentabilidade e gestão de riscos globais. “Por muito tempo ficamos afastados desse debate, que acabou sendo conduzido pelas finanças. Agora, é hora de o seguro voltar ao centro da discussão, porque é aqui que estão as ferramentas reais de mitigação de riscos”, disse.
Para o presidente da CNseg, a função social da indústria de seguros é justamente oferecer soluções para os riscos enfrentados pela sociedade. “Se deixarmos de cumprir esse papel, perderemos legitimidade como indústria e como negócio. Precisamos reconstruir a confiança, explicar a diferença entre seguro, financiamento e investimento, e, a partir disso, criar soluções efetivas para a população”, concluiu.