Corretor representa 80% da venda de apólices de seguros no Brasil

Uma reportagem publicada na Infomoney mostra que o Brasil tem o registro de quase 125 mil Corretores de Seguros cadastrados na Susep, que juntos respondem por cerca de 80% da venda de apólices em todo o país. 

Para especialistas, o papel do corretor no mercado de seguros se mantém consolidado. “A tecnologia não substitui, ela vem para potencializar as relações”, acentua Luiz Arruda, vice-presidente comercial, marketing, dados e clientes da Porto. 

Na avaliação dos experts deste mercado, o profissional terá função mais consultiva do que apenas a de vender um produto. “A tecnologia é uma importante aliada do nosso trabalho, mas o papel do consultor segue sendo essencial”, avalia Paulo Grillo, diretor de seguros pessoais e do VC+Seguro, da Alper Corretora de Seguros.

Ele cita o caso do seguro residencial. É importante que o cliente, ao lado de um corretor, avalie a real necessidade da apólice. Se o contratante mora em apartamento, não precisa de cobertura para telhado, por exemplo. “Tivemos o caso de um cliente que estava contratando o seguro residencial para o seu apartamento no valor total do imóvel. Explicamos que não fazia sentido porque o seguro não pagaria uma reconstrução. Isso é responsabilidade do seguro do condomínio. Então, fizemos uma análise do que ele realmente precisava e o valor do seguro ficou bem mais barato”, lembra Grilo.

A cultura do seguro ainda é pouco difundida entre os brasileiros, e o corretor tem o papel de ajudar a disseminá-la. “Menos de 25% da frota de veículos no Brasil é segurada, apenas 17% das residências contam com uma apólice e 7% dos brasileiros contrataram o seguro de vida”, salienta Edson Franco, CEO da Zurich, destacando o potencial de crescimento do setor. Ele diz acreditar que a tecnologia pode facilitar a atuação dos corretores de seguro. Para ele, não existe ameaça ao papel do corretor, pois ele é parte da cultura do setor.

“Temos de começar a olhar para o corretor como um consultor que tem o conhecimento técnico e sabe o momento adequado para apresentar o produto aos seus clientes. Ninguém conhece melhor o cliente do que o corretor e somente ele pode nos ajudar a criar produtos personalizados”, diz Ivan Gontijo, presidente do grupo Bradesco Seguros.
De acordo com o ‘Painel Corretor de Seguros’, da Susep, o Brasil conta com 124.612 profissionais ativos, sendo que 57,37% atuam como pessoas físicas. Deste universo, a maioria (54,5%) tem entre 35 e 54 anos de idade.

Na outra ponta, o menor percentual está entre os mais jovens, sendo que corretores com faixa etária entre 25 e 34 anos representam apenas 12,4% dos profissionais ativos. Segundo Diego Rocha, coordenador do curso Certificação em aceleração digital para corretores de seguros, da Escola de Negócios e Seguros, a pouca quantidade de profissionais mais jovens não é negativa.

Ela sinaliza, porém, a necessidade de uma maior renovação do quadro geral, principalmente com o novo perfil de consumidores de seguros, que busca cada vez mais experiências digitais e produtos personalizados em seus atendimentos.

Em relação à formação, os dados mostram que 62,02% dos corretores registrados possuem nível superior completo. “Quanto mais corretores especializados, mais seguros serão vendidos e pessoas protegidas”, considera Rocha.

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