As rápidas e decisivas ações das seguradoras durante as enchentes no Rio Grande do Sul mudaram a forma como a população vê o seguro. É o que afirma Roberto Santos, presidente do Conselho de Administração da CNseg, que esteve em Curitiba na terça-feira, dia 13, a convite do Sindseg PR/MS, para participar da última palestra em comemoração ao centenário da entidade.

Santos destacou que muitas seguradoras pagaram indenizações mesmo sem toda a documentação necessária e, em alguns casos, até para pessoas sem apólices. “Isso mostrou uma grande empatia das seguradoras e teve um impacto muito positivo para as vítimas da catástrofe”, disse ele.

O número de pedidos de indenizações relacionados à enchente aumentou significativamente, atingindo R$ 5,6 bilhões, de acordo com o terceiro levantamento da CNseg, um aumento de R$ 1,71 bilhão em relação aos R$ 3,885 bilhões registrados em 19 de junho.

Santos enfatizou a importância de a população entender o papel crucial do seguro em situações de imprevistos, para fortalecer ainda mais a imagem do setor. Ele também mencionou o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), lançado pela CNseg e outras instituições, que visa elevar a participação do seguro no PIB para 10% até 2030, comparado aos atuais 6%. “Estamos no caminho certo para alcançar essa meta”, afirmou.

Diante de uma plateia cheia, Santos falou sobre inovação, inteligência artificial e tecnologia. Ele ressaltou que, apesar dos avanços da IA, o corretor de seguros continuará sendo o principal canal de vendas. “A venda online pode crescer, mas em seguros mais simples, como seguro viagem. Para áreas mais complexas, que exigem um profissional especializado, o corretor continuará sendo essencial”, explicou.

Santos também destacou que a tecnologia é uma grande aliada, especialmente para os corretores, que agora podem expandir seus negócios vendendo seguros em todo o país. Ele ainda mencionou que o projeto do seguro catástrofe, proposto pela CNseg, está em tramitação em Brasília. Pelo projeto, os moradores de áreas de risco pagariam R$ 3 na conta de luz e teriam direito a uma indenização de R$ 15 mil.

Com 44 anos de experiência no mercado, Santos encerrou sua carreira executiva em janeiro e agora é conselheiro na CNseg e na Porto. Ele compartilhou que, quando criança, sonhava em ser comandante de navio, mas acabou cursando Administração e começou sua carreira na SulAmérica, finalizando como presidente da Porto. “Curiosamente, o símbolo da Porto é uma caravela”, brincou.

Ao longo de sua carreira, Santos seguiu três valores: justiça, coragem e desprendimento. “É preciso mais do que ser bom; é preciso ser justo. Coragem para tomar decisões e desprendimento para deixar o que não serve para trás”, refletiu.

Sobre os produtos do mercado, ele disse que eles precisam ser simples, ágeis e resolver problemas. “Um produto deve reunir esses três elementos e, acima de tudo, pensar no consumidor. Não adianta ser simples e ágil se não resolver o problema do usuário”, enfatizou.

O ciclo de palestras contou com grandes nomes do setor, incluindo o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, e o presidente da Bradesco Seguros, Ivan Gontijo. Três CEOs de seguradoras com sede no Paraná também participaram: Ricardo José Iglesias Teixeira (Centauro), Roque Júnior de Holanda Melo (Junto), e Edward Henry Lange (Sancor).

Altevir Dias do Prado, presidente do Sindseg PR/MS, comemorou o sucesso do ciclo de palestras, que trouxe ao Paraná o que há de mais relevante nas discussões do setor. “Concluímos hoje a última das seis palestras previstas, cumprindo nossa missão”, afirmou.

Roberto Santos e José Heitor Martins da Silva, criador da LojaCor, foram homenageados por suas contribuições ao mercado de seguros, recebendo a comenda Rosácea Paranista, a maior honraria do Sindseg PR/MS.

Confira AQUI um vídeo do Presidente Wilsinho Pereira sobre o evento, AQUI um vídeo do palestrante Roberto Santos, e AQUI um vídeo do Presidente do Sindseg PR/MS, Altevir Dias do Prado.

Veja, a seguir, algumas fotos do evento.